Veja alguns nomes do Nobel que despertaram questionamentos por vencerem (ou não) o prêmio
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, venceu nesta sexta-feira, 7, o Prêmio Nobel da Paz pelas suas tentativas de estabelecer um acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A polêmica deste ano está no fato de que a guerrilha não foi premiada. Veja abaixo algumas vezes em que o Prêmio Nobel polemizou com a decisão do vencedor.
Fritz Haber – Nobel de Química (1918)
Fritz Harber foi premiado em 1918 com o Nobel de Química por descobrir como criar amônia a partir de gases de nitrogênio e hidrogênio. Seu método foi utilizado para fabricar fertilizantes e impulsionar a agricultura no mundo. Contudo, a mesma descoberta foi usada durante a Primeira Guerra Mundial, quando Harber supervisionou o primeiro grande ataque químico da história em Ypres, na Bélgica, em 1915, que matou milhares de soldados das tropas aliadas.
Johannes Fibiger – Nobel de Medicina (1926)
O cientista dinamarquês Johannes Fibiger venceu o Nobel de Medicina em 1926 por descobrir que uma lombriga causava câncer em ratos. Havia apenas um problema: isso não era verdade. Fibiger insistiu em suas pesquisas que desenvolveram câncer os ratos que ingeriram larvas das lombrigas ao comer baratas. Na época, os juízes do prêmio acharam que a informação fazia sentido. Mais tarde, descobriu-se que os animais desenvolveram a doença por falta de vitamina A.
Paul Mueller – Nobel de Medicina (1948)
O cientista suíço Paul Mueller venceu o Nobel de Medicina em 1948 por descobrir que o DDT (diclorodifeniltricloroetano) era um pesticida poderoso que poderia matar muitas moscas, mosquitos e besouros em um curto espaço de tempo. Apesar de o composto se provar muito eficaz ao proteger diversos cultivos e combater doenças provocadas por insetos, como a malária, descobriu-se também que ele não era algo tão positivo assim. Em 1960, ambientalistas descobriram que o DDT estava envenenando a vida selvagem e o meio-ambiente. Os EUA baniram a substância em 1972 e, 29 anos depois, foi proibido por um tratado internacional.
Antonia Egas Moniz – Nobel de Medicina (1949)
O português Antonio Egas Moniz inventou em 1949 a lobotomia, com o objetivo de tratar doenças mentais. O método se tornou muito popular e, ao final da cerimônia, foi qualificado como “uma das descobertas mais importantes já feitas na terapia psiquiátrica”. Contudo, a prática teve graves efeitos colaterais: alguns pacientes morreram e outros tiveram sérios danos ao cérebro durante o procedimento.
Mahatma Gandhi – (não ganhou) Nobel da Paz
O líder indiano Mahatma Gandhi, considerado um dos grandes campeões da história na luta contra a violência, foi nomeado para o Nobel da Paz mais de uma vez. Mesmo assim, nunca ganhou. O comitê da premiação, que raramente admite um erro, acabou mais tarde reconhecendo que não premiar Gandhi foi uma falha. Em 1989 – 41 anos após a morte do indiano – a instituição prestou um tributo a Gandhi enquanto concediam o Nobel da Paz daquele ano a Dalai Lama.
/AFP
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