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Para os professores dessas quatro disciplinas, a prova do Enem passou a cobrar do aluno mais conteúdo, mas ainda exige que o candidato demonstre capacidade de contextualizar o conhecimento escolar com o cotidiano e interpretar textos, gráficos e tabelas.
Franco Ramunno, professor de química do colégio Bandeirantes, na zona sul de São Paulo, disse que a prova nessa disciplina teve nos últimos anos um terço das questões sobre química orgânica. "O exame quase sempre traz questões que falam sobre água, combustíveis. É importante o aluno refazer esse tipo de exercício para que esteja preparado ao que a prova cobra." Propriedades, ligações e estruturas da água caíram em 3% das questões de 2009 a 2015.
Já em física, 8% das questões foram sobre ondas, óptica e radiação. Segundo Venerando de Oliveira, professor da disciplina no Poliedro, esses conteúdos costumam aparecer contextualizados em questões sobre telecomunicação e aplicações médicas. "A prova não é temática, mas é muito focada em assuntos que o aluno consiga ver relações com o que vê no dia a dia. O aluno também deve ler com bastante atenção os enunciados, eles não são apenas um pretexto, mas trazem informações que dão um encaminhamento para a resolução."
Rafael Correa, professor de física do colégio Santa Maria, na zona sul de São Paulo, disse que na reta final o aluno pode estimular um "olhar mais crítico e contextualizador" ao fazer exercícios que abordem conceitos físicos, por exemplo de força e trabalho e os esportes olímpicos.
Em Biologia, 13% das questões foram sobre ecologia e ciências ambientais, abordando acidentes ambientais e os impactos e soluções para a interferência do homem na natureza. "O Enem é uma prova muito ligada nas questões ambientais. Episódios como a tragédia de Mariana, doenças, como a dengue, zika, ou a campanha de vacinação contra o HPV, podem cair neste ano", disse Luis Gustavo Megiolaro, professor da disciplina no Poliedro.
Matemática
Já para a prova de Matemática, que ocorre no segundo dia do Enem junto com a redação, os professores alertam os alunos para que se organizem para não terem problemas com o tempo. Nos últimos anos, 42% da prova cobrou conhecimentos numéricos, ou seja, com questões de porcentagem e matemática financeira. Outros 26% da prova foram sobre conhecimentos geométricos, em que pediam para o aluno calcular áreas e volume.
"O Enem privilegia as questões que o aluno precisa interpretar o enunciado e não apenas fazer contas. É preciso atenção", disse Marco Aurélio Miola, professor de matemática do Poliedro. Ele também recomendou que o aluno leia notícias de economia e artigos científicos para que tenha mais prática ao se deparar com esses textos.
via: ESTADÃO
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