Os futuros do óleo de palma subiram de forma muito expressiva, frete os problemas de produção, principalmente na Malásia, nesta terça e atingiram suas máximas em dois anos
Em dia de eleições presidenciais nos Estados Unidos, a terça-feira, 8 de novembro, é positiva para os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago. A commodity atuava com ganhos de mais de 10 pontos entre as posições mais negociadas, com todas operando acima dos US$ 10,00 por bushel. O contrato novembro/16, que é o mais negociado deste momento, vinha sendo negociado a US$ 10,01, enquanto o maio/17, referência para a safra do Brasil, valia US$ 10,23.O mercado internacional dá continuidade ao movimento positivo de ontem, quando passou a refletir as chances maiores de Hillary Clinton vencer Donald Trump na disputa pela presidência norte-americana, aliviando a aversão ao risco entre os investidores. Mais uma vez, as commodities subiam de forma generalizada.
Além disso, como explicam analistas internacionais, o complexo soja conta ainda com um outro fator de suporte. Os futuros do óleo de palma subiram de forma muito expressiva, frete os problemas de produção, principalmente na Malásia, nesta terça e atingiram suas máximas em dois anos. Assim, o óleo de soja - que vem sendo importante direcionador para os preços dos grãos nos últimos dias - avança em Chicago também. A posição janeiro/17 ultrapassava os 35 cents de dólar por libra-peso.
O outro pilar de suporte e estímulo para as cotações continua sendo a demanda. Os números dos embarques semanais norte-americanos foram, mais uma vez, bastante fortes, de acordo com o boletim divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), além das vendas adicionais diárias que também vêm sendo reportadas.
Nesta segunda, os embarques vieram registrados em 2,6 milhões de toneladas. "Este é o terceiro melhor número de embarques do ano e a quarta semana consecutiva com volumes acima de 2,5 milhões de toneladas", explica Joe Lardy, analista da CHS Hedging em entrevista ao Agrimoney.
Ao mesmo tempo, o mercado de grãos em Chicago ainda especula sobre o novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA traz nesta quarta-feira (9). Embora se espere uma revisão para cima na safra americana, a demanda também deverá ser elevada, de acordo com as primeiras expectativas, o que poderia, como explicam analistas e consultores, manter os estoques finais americanos ou até mesmo reduzi-los.
Enquanto isso, o mercado acompanha a conclusão da safra 2016/17 dos Estados Unidos. Ainda de acordo com o USDA, a colheita já alcançou, até o último domingo (6), 93% da área semeada com a oleaginosa, também como informa o USDA.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Soja: Preços do disponível nos portos do BR sobem nesta 2ª feira com altas de Chicago
Nesta segunda-feira (7), os preços da soja trabalharam o dia todo em campo positivo na Bolsa de Chicago e encerraram os negócios com altas de mais de 7 pontos entre os principais vencimentos. Os contratos março e maio/17, dessa forma, voltaram a atuar na casa dos US$ 10,00 por bushel. Os ganhos - motivados pelo otimismo no financeiro e pela força da demanda, mais uma vez -, inclusive, serviram como um suporte para a formação dos preços do produto disponível nos portos do Brasil, apesar da baixa do dólar frente ao real.
No terminais de Rio Grande e Paranaguá, a saca foi a R$ 76,50, com ganhos respectivos de 0,66% e 1,32% nesta segunda. Já no mercado futuro, as referências fecharam o dia estáveis e ficaram com R$ 77,00 e R$ 78,50. O mercado nacional, segundo analistas e consultores, registra mais um início de semana de pouco movimento e compradores e vendedores mantendo sua postura defensiva.
"Sojicultores, por sua vez, seguem atentos ao cultivo da safra 2016/17, sem interesse em fixar preços para o produto desta nova temporada.Do lado da demanda, agentes de indústria e também exportadores não estão ativos nas compras", informa, em nota, o Cepea.
Segundo números da França Junior Consultoria, os produtores brasileiros já comercializaram cerca de 27% da safra 2016/17 de soja, número bem abaixo dos 43% da temporada anterior, neste mesmo período, além da média de 34% dos últimos cinco anos. O plantio, ainda de acordo com a empresa, já chegou a 53% da área estimada para este ano, acima também de 2015 e da média plurianual.
"O ritmo segue como o mais rápido da história, ficando ainda acima dos 49% de igual período do ano passado, e também acima dos 46% da média normal para o período", diz Flávio França Junior, consultor de mercado. Focados nas atividades de campo - as quais contam com melhores condições agora no Centro-Oeste, principalmente, com a chegada de chuvas melhores nesta próxima semana, como sinaliza o meteorologista do Inmet, Luiz Renato Lazinski - os sojicultores optam pela definição de alguns cenários e situações para voltarem a se dedicar à comercialização.
Bolsa de Chicago
E entre esses assuntos que esperam por definição deixam a semana cheia para o mercado internacional de commodities. Nesta terça, 8 de novembro, acontecem as eleições presidenciais nos Estados Unidos - as quais possuem intensa influência sobre o mercado financeiro de uma forma geral - e, no dia seguinte, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo reporte mensal de oferta e demanda.
Na corrida eleitoral nos EUA, a segunda-feira foi marcada pela alta generalizada das commodities, índices acionários e queda do dólar frente à uma série de moedas ao redor do mundo. O quadro, portanto, ajudou no bom momento para as cotações da oleaginosa em Chicago. Depois de o FBI inocentar a candidata Hillary Clinton no caso de um servidor particular de emails, a aversão ao risco diminuiu e o mercado deixou claro, mais uma vez, sua preferência pela democrata.
"O mercado reagiu de forma negativa à mensagem que indicava o início de uma investigação contra Hillary e agora tem de fazer o oposto. No entanto, estamos a apenas um dia das eleições e seria muito imprudente adotar posições muito grande e acreditar que já está tudo bem", explica Piet Lammens, pesquisador chefe do KBN Bank NV, de Bruxelas, na Bélgica, em entrevista à Bloomberg.
Paralelamente, os traders especulam sobre o boletim de novembro do departamento norte-americano. As expectativas, as quais deverão ser mais detalhadas nesta terça-feira (8), são grandes de que venha estimada uma safra de soja ainda maior nos Estados Unidos, com números, segundo algumas consultorias, podendo alcançar os 117 milhões de toneladas.
"No entanto, vimos os estoques finais podendo cair diante da força extrema das exportações", acredita Bryce Knorr, analista sênior do portal internacional Farm Futures. Mais de 36 milhões de toneladas da oleaginosa norte-americana já foram comprometidas com as vendas externas.
Nesta segunda-feira, duas informações importantes sobre a demanda foram também reportadas pelo USDA. Uma delas foram novas vendas de soja em grão e farelo - respectivamente, 132 mil toneladas para a China e 135 mil para as Filipinas - além de mais uma semana de embarques semanais fortes no país.
Na semana encerrada em 3 de novembro, os Estados Unidos embarcaram 2.623,821 milhões de toneladas. O volume, apesar de bem grande, ficou dentro das expectativas dos traders, volume de 2,5 milhões a 2,8 milhões de toneladas. Assim, no acumulado da temporada, os embarques norte-americanos da oleaginosa já totalizam 16.247,837 milhões de toneladas, contra 14.079,444 milhões do mesmo período do ano comercial anterior, um aumento de 15,4%.
Além disso, o USDA vem reportando ainda dados fortes também das vendas semanais para exportação, as quais já também ultrapassam o acumulado da temporada anterior ao ultrapassarem as 36 milhões de toneladas.
Fonte: Notícias Agrícolas
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