O Muda PT, que reúne as cinco maiores correntes de esquerda e a maioria da bancada petista na Câmara, defende a escolha da direção por delegados
O primeiro dia de reunião do Diretório Nacional do PT terminou nesta quinta-feira, 10, em impasse entre as duas principais forças da legenda sobre a forma de escolha dos delegados que vão definir a nova direção do partido.
O entrave aumenta o temor de um racha e fez com que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que trabalha para evitar a ruptura, encerrasse o encontro com um apelo pela unidade.
“Ninguém vai convencer mais ninguém. Os argumentos estão se repetindo. Todo mundo vai ter de ceder um pouco”, disse Lula, após cinco horas de debates sem conclusão.
Na quarta-feira, 9, pressionada por Lula, a corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB) recuou e aceitou que a próxima direção seja eleita no 6º Congresso Nacional por delegados e não eleições diretas.
O Muda PT, que reúne as cinco maiores correntes de esquerda e a maioria da bancada petista na Câmara, defende a escolha da direção por delegados.
A disputa agora é pela forma de escolha dos delegados. A CNB propõe a realização de eleições municipais nas quais seriam escolhidas as direções locais e a chapa de delegados para congressos estaduais e nacional.
O Muda PT rejeita a proposta. Os deputados Carlos Zarattini (PT-SP) e José Guimarães (PT-CE) tentaram articular uma proposta alternativa pela qual as eleições internas municipais escolheriam os delegados para os congressos estaduais que, por sua vez, elegeriam delegados para o nacional.
Por trás da disputa estão o controle do PT, o temor de que o 6º Congresso se transforme em um acerto de contas entre as correntes e o risco de uma debandada em massa de deputados. Os impasses devem ser solucionados hoje com a votação das propostas no último dia de reunião do diretório.
Pacto diabólico
Em evento à noite, o ex-presidente voltou a criticar as investigações das quais é alvo e disse ser vítima de um “pacto quase diabólico” que tem como objeto destruir sua reputação. “Tenho preocupação quando eu vejo um pacto quase diabólico entre a mídia, a PF, o Ministério Público e o juiz que está apurando todo esse processo”, disse o petista diante de um auditório lotado na região central de São Paulo.
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