A (ONG) britânica Oxfam, mostra a cidade de Correntina, no Oeste Bahia, como exemplo emblemático da concentração de terras no Brasil, onde os latifúndios ocupam 75,35% da área total dos estabelecimentos agropecuários.
Foto: Reprodução
AONG britânica Oxfam, divulgou no último dia 01 um estudo intitulado de "Desigualdades no Brasil Rural" em que mostra a cidade de Correntina, no Oeste da Bahia, como exemplo incomum da concentração de terras no país, além de divulgar dados referente a condições de trabalho análogas à escravidão.

O estudo ainda mostra que cerca de 75,35% da área produtiva total do município pertence aos estabelecimento agropecuários da cidade. Outros dados foram divulgados no estudo. Confira abaixo no Box 2 e pag 16 do anexo divulgado:
Um  dos  municípios  classificados  no  grupo  dos  1%  com  maior concentração fundiária  e  que atende  ao  critério  de  relevância agropecuária utilizado neste estudo é Correntina, na Bahia. A partir da década de 1980, o agronegócio passou a ser dominante na produção e na economia do município, favorecido pela disponibilidade hídrica oriunda de poços tubulares profundos que atingem o aquífero Urucuia.

Os  dados  do  Censo  Agropecuário  2006  apontam  que  Correntina apresenta os maiores índices de PIB municipal (R$ 786.118.000) e PIB percapita (R$ 25.096,34) entre o grupo de maior concentração fundiária. A população rural compõe 59,67% da população total da cidade.  O  índice  de  Gini  para concentração  fundiária  teve  uma pequena redução entre os Censos, passando de 0,940 em 1996 para 0,927 em 2006 (ou seja, ainda muito próximo a 1, o índice máximo de concentração).

Dados do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais do Incra mostram que os  latifúndios ocupam 75,35%  da  área  total  dos  estabelecimentos agropecuários  no  município. Informações  do Cadastro  Único  para Programas Sociais de 2012 demonstram que a pobreza atinge 45% da população rural e 31,8% da população geral

O IDHm de 0,603, referente ao ano de 2010, está abaixo da médianacional. Os dados de financiamento obtidos no Censo Agropecuário apontam  ainda  que,  diferentemente  do cenário nacional,  onde  o Pronaf demonstrou importância, em Correntina o acesso ao crédito ocorre majoritariamente nos  estabelecimentos  com  500  ou  mais hectares de terra.

Desde  a  metade  do século  XX,  diversas  intervenções  estatais garantiram  a implantação  de  infraestrutura  na  região. Assim,  foi iniciada a transformação da região que era conhecida como “Além São Francisco”  para “Novo  Nordeste” O  modelo  de desenvolvimento imposto  substituiu  a  pecuária  e  a  agricultura de  subsistência  do cerrado baiano pelo agronegócio.Atualmente,  a  região  oeste  baiana  está  dominada por  agricultura irrigada, produção de grãos e pulverização de agrotóxicos.

No município, também há histórico de empregadores flagrados com trabalhadores  em condições análogas  à  de  escravo.  Entre  2003  e 2013, 249 trabalhadores foram resgatados nestas condições.
Axact

Sobre Nós

A Folha Informativa se faz hoje como a maior coluna de notícias no Estado da Bahia e Nordeste do Brasil. Acompanhe diariamente!

Comentários:

0 comments: