As polícias Civil e Militar do Paraná prenderam no fim da tarde desta segunda-feira um adolescente de 17 anos que confessou ter matado Lucas Eduardo Araújo Lopes, de 16 anos, no colégio estadual Santa Felicidade, em Curitiba, ocupado por estudantes contrários à reforma do Ensino Médio e a PEC 241, que impõe um teto aos gastos públicos. Os dois adolescentes estudam no colégio.
O rapaz preso alegou ter esfaqueado o colega no pescoço e no peito após um desentendimento enquanto usavam uma droga sintética chamada "balinha".
Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp), o rapaz preso alegou ter esfaqueado o colega no pescoço e no peito em uma tentativa de se defender após um desentendimento, enquanto ele e Lopes usavam uma droga sintética conhecida como “balinha”. O adolescente morreu ainda dentro do colégio.“Ele confessou que por causa dos efeitos da droga, teriam ficado alterados e o grupo então solicitou que eles saíssem do local, indo para o alojamento, onde se desentenderam. A vítima teria partido para cima do autor, que portava uma faca de cozinha no bolso e que então teria se defendido atacando o outro adolescente, de quem era amigo de infância”, explicou o secretário Wagner Mesquita.
Segundo a Sesp, o jovem de 17 anos disse ter fugido do colégio pulando a janela e o muro. Ele foi preso em sua casa, que também fica no bairro Santa Felicidade, por agentes do serviço reservado da Polícia Militar.
A respeito do colégio ocupado por estudantes, Mesquita ressaltou que “essa escola, inclusive, tinha o pedido de reintegração de posse feito pela Procuradoria Geral da República (PGE) e estava em análise da Justiça. A mesma PGE havia solicitado atuação mais firme do Conselho Tutelar e do Ministério Público, prevendo a exposição desses adolescentes ao risco. O Conselho visitou essa e outras escolas e disse que estava tudo bem”.
Por meio de nota, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), disse que o caso é “gravíssimo e lamentável” por ter acontecido dentro de uma escola “que deveria estar cumprindo a sua missão de irradiar a luz do conhecimento e a formação da cidadania”. “A ocupação de escolas no Paraná ultrapassou os limites do bom senso e não encontra amparo na razão, pois o diálogo sobre a reforma do ensino médio está aberto, como bem sabem todos os envolvidos nessa questão”, diz o texto divulgado pelo governo.
O movimento Ocupa Paraná, responsável pela invasão do colégio, também soltou uma nota dizendo que “não há nenhuma informação concreta sobre a motivação dessa morte” e que os seus advogados foram impedidos de entrar no colégio. Nas redes sociais, o grupo pede o “Fora Temer, Fora Richa e Fora Mendonça”.
No balanço desta segunda-feira, havia 792 escolas da rede estadual ocupadas, de um total de 2.100. Após o crime, os alunos que ocupavam a escola deixaram o local.
Com Informações: Veja
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