18 presos foram mortos durante rebeliões em presídios de Boa Vista (Roraima) e Porto Velho (Rondônia) por causa da guerra.
As facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e Comando Vermelho (CV), do Rio, estão em guerra pelo domínio do tráfico de drogas na fronteira do Brasil com países como Paraguai, Bolívia e Colômbia. A relação entre as duas quadrilhas, até então pacífica, vinha se desgastando nos últimos meses também por causa da disputa pelo comando do tráfico em alguns Estados. No último fim de semana, 18 presos foram mortos durante rebeliões em presídios de Boa Vista (Roraima) e Porto Velho (Rondônia) por causa da guerra.
Por medida de segurança, integrantes do PCC presos no Rio foram transferidos para presídios ocupados por inimigos do Comando Vermelho. Segundo o procurador de Justiça Márcio Sérgio Christino, a relação entre as quadrilhas se agravou depois do assassinato do empresário e narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, de 56 anos, em junho. Ele era conhecido como “rei do tráfico” e sofreu uma emboscada na fronteira com o Paraguai. O seu carro, que tinha blindagem para suportar tiros de fuzil e metralhadora, foi perfurado com tiros de calibre .50, o mais potente usado em armas individuais.
“O PCC passou a comandar o tráfico nessa região da fronteira. O CV, então um aliado, imaginou que poderia lucrar com o tráfico, mas aconteceu o contrário. Quando eles perceberam a real situação, o PCC já tinha dominado tudo”, explicou o procurador Christino.
Triagem
O Serviço de Inteligência do Ministério Público de São Paulo apurou que, desde ontem, a cúpula do PCC pediu um levantamento sobre quem são os integrantes do Comando Vermelho que estão em presídios de São Paulo. Para o promotor Lincoln Gakiya, especialista em crime organizado, uma hipótese é que a facção paulista tenha em mãos essa triagem para determinar futuras represálias contra esses detentos. Segundo o Ministério Público, a facção paulista já atua em todos os Estados do País.
Em parte deles, disputa o domínio com facções locais. “Todos os problemas que acontecem fora de São Paulo são trazidos para a cúpula do PCC avaliar e determinar o que será feito”, disse o promotor. O serviço de inteligência apurou que o PCC enfrenta forte resistência nas regiões Norte e Nordeste, lideradas pelas facções Sindicato RN e Família do Norte (FDN), além de Estados do Sul, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde se destaca o Primeiro Grupo Catarinense (PGC).
“Foi detectado que o Comando Vermelho está se aliando a esses grupos locais para impedir o comando do tráfico pelo PCC”, disse o promotor. O tradicional batismo de novos integrantes do PCC já está proibido em presídios desses Estados. “Começou a guerra”, reagiu o secretário da Administração Penitenciária de São Paulo, Lourival Gomes. Segundo ele, até agora nenhum preso foi morto nos presídios paulistas.
As facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e Comando Vermelho (CV), do Rio, estão em guerra pelo domínio do tráfico de drogas na fronteira do Brasil com países como Paraguai, Bolívia e Colômbia. A relação entre as duas quadrilhas, até então pacífica, vinha se desgastando nos últimos meses também por causa da disputa pelo comando do tráfico em alguns Estados. No último fim de semana, 18 presos foram mortos durante rebeliões em presídios de Boa Vista (Roraima) e Porto Velho (Rondônia) por causa da guerra.
Pavilhão do presídio em Rondônia foi incendiado |
“O PCC passou a comandar o tráfico nessa região da fronteira. O CV, então um aliado, imaginou que poderia lucrar com o tráfico, mas aconteceu o contrário. Quando eles perceberam a real situação, o PCC já tinha dominado tudo”, explicou o procurador Christino.
Triagem
O Serviço de Inteligência do Ministério Público de São Paulo apurou que, desde ontem, a cúpula do PCC pediu um levantamento sobre quem são os integrantes do Comando Vermelho que estão em presídios de São Paulo. Para o promotor Lincoln Gakiya, especialista em crime organizado, uma hipótese é que a facção paulista tenha em mãos essa triagem para determinar futuras represálias contra esses detentos. Segundo o Ministério Público, a facção paulista já atua em todos os Estados do País.
Em parte deles, disputa o domínio com facções locais. “Todos os problemas que acontecem fora de São Paulo são trazidos para a cúpula do PCC avaliar e determinar o que será feito”, disse o promotor. O serviço de inteligência apurou que o PCC enfrenta forte resistência nas regiões Norte e Nordeste, lideradas pelas facções Sindicato RN e Família do Norte (FDN), além de Estados do Sul, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde se destaca o Primeiro Grupo Catarinense (PGC).
“Foi detectado que o Comando Vermelho está se aliando a esses grupos locais para impedir o comando do tráfico pelo PCC”, disse o promotor. O tradicional batismo de novos integrantes do PCC já está proibido em presídios desses Estados. “Começou a guerra”, reagiu o secretário da Administração Penitenciária de São Paulo, Lourival Gomes. Segundo ele, até agora nenhum preso foi morto nos presídios paulistas.
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