Com a vitória de Donald Trump na eleição presidencial americana criou uma situação desconfortável para diversas autoridades mundiais que, durante a campanha fizeram duras críticas ao então candidato republicano.
Isso porque, mesmo antes de se mudar para a Casa Branca - a posse será apenas em janeiro -, Trump já forçou uma moderação nos pronunciamentos de quem antes batera pesado nele.
Uma galeria que vai do Papa Francisco ao ministro brasileiro das Relações Exteriores, José Serra. E que se viu de mãos atadas por causa do protocolo.
Confira abaixo algumas das guinadas no discurso:
Papa Francisco
O papa é uma das autoridades que criticou Trump duramente e que agora precisará "engoli-lo" |
Antes: Em fevereiro, durante uma visita ao México, o pontífice foi taxativo ao comentar a repercussão dos ataques de Trump a imigrantes latinos, sobretudo os mexicanos, o que incluiu a proposta de construir um muro na fronteira com o país.
Francisco questionou a fé de Trump ao dizer que "uma pessoa que pensa apenas em construir muros em vez de pontes não é cristã".
Agora: Pelo Twitter, o papa, por meio de um de seus porta-vozes, felicitou Trump pela vitória e disse desejar que ele faça um governo "verdadeiramente produtivo".
Boris Johnson, ministro britânico das Relações Exteriores
Boris Johnson precisou morder a língua para saudar vitória de Trump
Boris Johnson precisou morder a língua para saudar vitória de Trump
Antes: Há um ano, quando ainda era deputado federal e não tinha se transformado no principal cabo eleitoral do "Brexit" - a saída do Reino Unido da União Europeia - Johnson reagiu com sarcasmo afiado quando o bilionário, dias depois dos ataques que mataram mais de 100 pessoas em Paris, defendeu uma moratória da imigração muçulmana para os EUA.
Até porque, em seu pronunciamento, Trump afirmou que áreas de Londres "tinham se tornado perigosas demais por causa dos muçulmanos" - Johnson foi duas vezes prefeito da capital britânica.
"A única razão pelo qual não vou a algumas partes de Nova York é que posso encontrar Donald Trump."
Agora: Além de uma mensagem de congratulações, o hoje chanceler britânico disse estar "aguardando com expectativas a oportunidade de trabalhar com ele (Trump)".
François Hollande, presidente da França
Hollande disse que declarações de Trump geram ânsia de vômito até em americanos |
Antes: Durante uma entrevista coletiva em agosto, em Paris, Hollande disse que a oratória de Trump "fazia até americanos terem vontade de vomitar".
Agora: "Saúdo-o, como é natural que dois chefes de nações democráticas o façam".
Donald Tusk, presidente do Conselho da União Europeia
O polonês fez piada com o xará. "Um Donald já é mais do que suficiente"
Antes: O polonês, que chefia a principal instância de decisão da UE, fez piada com o xará. "Um Donald já é mais do que suficiente."
Depois: "Minhas congratulações sinceras. É mais importante do que nunca fortalecermos as relações transatlânticas (entre a UE e os EUA)."
José Serra, ministro brasileiro das Relações Exteriores
José Serra chegou a torcer publicamente por Hillary Foto: Miguel Ângelo/ Fotos Públicas José Serra chegou a torcer publicamente por Hillary. |
Antes: "Todos os que querem o bem do mundo devem apoiar a Hillary. A vitória de Trump seria um pesadelo." Foi o que chanceler brasileiro disse em junho, em uma entrevista ao jornal Correio Braziliense .
Agora: "A gente só tem pesadelo dormindo. Agora, tendo resultado da eleição, num sistema democrático, vamos olhar os interesses do nosso país. Acreditamos que, de ambos os lados, prevalecerá a determinação de reforçar relações entre Brasil e Estados Unidos."
Fonte: BBC Brasil
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