Um ambiente ideal para promover o aprendizado, conciliando aulas teóricas e práticas.
Paulo Mizote, produtor homenageado |
Segundo o superintendente do Instituto Aiba, Helmuth Kieckhöfer, o ato foi uma espécie de prestação de contas para com todos os parceiros que contribuíram para a implantação da Fazenda Modelo. “Muitos devem se perguntar a razão de inaugurar algo que já funciona, mas fizemos questão de reunir todos os responsáveis por isso aqui e prestar-lhes uma satisfação. Não o fizemos antes porque queríamos que tudo estivesse pronto e em seu devido lugar para a entrega oficial. Aproveitamos a oportunidade para homenagear o produtor Paulo Mizote, dando o seu nome à Fazenda, como forma de agradecimento por toda a sua contribuição para que isso se tornasse uma realidade”, ressaltou.
Criado em 2013, o Programa Jovem Aprendiz na Área Rural atende à Lei 10.097/2000, cujo texto determina que toda empresa, seja ela indústria ou propriedade rural, tenha uma cota de aprendizes. Sob a coordenação da Aiba, o Cetep e o Senar/Faeb ofereceram a capacitação aos matriculados. O programa conta ainda com o apoio da Codevasf, que cedeu o terreno para a implantação da Fazenda Modelo; e do Ministério do Trabalho, responsável por viabilizar recursos, através do sistema de compensação de multas. Somado a tudo isso, empresas do ramo agrícola e os produtores associados da Aiba também investiram recursos para a infraestrutura, doaram equipamentos e maquinários.
Marli Pereira, auditora Fiscal do MTE, visita laboratório de pragas da Fazenda Modelo |
Durante a formação, que dura aproximadamente 10 meses, os alunos têm aulas teóricas e práticas sobre Saúde do Trabalhador Rural, Importância das Culturas do Milho e da Soja, Preparo do Solo, Manejo da Cultura, Manejo Fitossanitário e Irrigação, dentre outras disciplinas. Além da sala de aula, é na Fazenda Modelo que eles têm o contato com a terra e aprendem técnicas de plantio e a operar equipamentos agrícolas.
Mais de 200 jovens já passaram por lá desde a sua implantação, em 2013. Destes, cerca de 150 foram diplomados e muitos já estão no mercado de trabalho. É o caso da Carol de Souza, ex-aluna do Programa Jovem Aprendiz na área Rural, e que hoje trabalha no setor financeiro da Fazenda Santo Antônio do Rio Grande. “A formação foi muito importante para que eu estivesse empregada hoje. Graças a ela eu pude concorrer a uma vaga de monitor de pragas na fazenda e logo depois surgiu a oportunidade de atuar no administrativo, no escritório da fazenda. Sou imensamente grata pela oportunidade e deixo aqui um conselho aos jovens matriculados: dediquem-se, pois vale muito à pena”, pontuou.
Além das seis turmas que já foram formadas, outras duas estão em andamento. Ao todo, mais 67 jovens recebem a capacitação, com vistas ao primeiro emprego no campo. “A experiência é maravilhosa. Aqui nós não somos alunos e sim trabalhadores, pois temos responsabilidades, somo devidamente registrados e recebemos por isso. Estou me preparando e espero ser contratado após essa fase”, disse Israel Oliveira Júnior, que tem 18 anos, e é um jovem aprendiz da Fazenda Xanxerê.
Para o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras (SPRB), Moisés Schmidt, a implantação do programa no Oeste da Bahia não só atende à legislação como também cumpre o papel social do produtor rural. “A Fazenda Modelo é um local controlado, onde esses futuros profissionais aprendem de forma segura. Esse projeto nos faz ver que além de alimentos, o produtor rural planta sonhos, esperança e educação”, salienta.
Durante a cerimônia de inauguração, a auditora fiscal e coordenadora do programa de aprendizado do Ministério do Trabalho e Emprego da Bahia, Marli Pereira, elogiou a estrutura da Fazenda Modelo e a metodologia nela aplicada. “Estou surpresa com o que aqui encontrei. Vocês todos estão de parabéns, sobretudo os jovens que se inscreveram no programa e que poderão desfrutar de tudo isso. No final, nós é quem ganhamos, pois teremos uma sociedade melhor”, disse. “Eu estive aqui na região em outras ocasiões para fiscalizar o trabalho nas fazendas. Agora, retorno para uma tarefa mais prazerosa: não a de penalizar, mas a de ver que os produtores rurais estão cumprindo a Lei e dando a sua contribuição para um mundo melhor e mais justo”, completou.
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Ascom Aiba
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